AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Lightning carrier: novo navio de desembarque anfíbio da US Navy atua em missões de defesa aérea

F-35B pouso a bordo do USS Tripoli. Foto: Peter Burghart - US Navy

Criado como navio de desembarque anfíbio, o USS Tripoli já cumpre na sua primeira missão uma tarefa pouco ligada a desembarques em praias: com 20 caças F-35B Lightning II a bordo, o navio está no Oceano Pacífico como parte da estratégia dos Estados Unidos de reforçar a defesa aérea na região. Após partir do porto de San Diego no dia 2 de maio, o USS Tripoli fez uma parada na base naval da US Navy em Yokosuka e permanece em patrulha no Pacífico, onde há constante tensão com a China.

A missão evolui o conceito chamado de “Lightning Carrier”, que é o uso de navios de desembarque anfíbio quase que exclusivamente como plataformas para jatos da versão B do F-35, com capacidade de pouso vertical e decolagem curta. A embarcação não possui o sistema de catapulta e cabos, necessário para operação de modelos como o F-18 e o F-35C. O navio também leva a bordo helicópteros Seahawk para missões logística e de proteção contra submarinos.

Segundo navio da classe América, tendo como irmão o USS America, o USS Tripoli é uma evolução da antiga classe USS Wasp, atualmente com sete navios em operação. O novo modelo leva o dobro de combustível de aviação, tem um paiol 30% para armas das aeronaves e um hangar aprimorado para as atividades de manutenção. Ambas as classes têm espaço para levar até 1.600 mariners para desembarque e capacidade de operar com aeronaves como V-22 Osprey, CH-53 Super Stallion, UH-1Y Venom e AH-1Z Viper.

USS Tripoli em patrulha no Oceano Pacífico com 20 caças F-35B a bordo. Foto: Samuel Ruiz – US Navy

O conceito de “Lightning Carrier” surgiu como “Harrier Carrier”, ainda na classe Wasp. Isso porque uma esquadrilha de quatro a seis aviões AV-8 Harrier embarcava para atuar na cobertura aérea dos desembarques anfíbios. A ampliação dessa frota de aviões embarcados já foi testada em combate em 2003, durante a invasão do Iraque, quando quando quatro navios anfíbios da classe Wasp foram utilizados assim para reforçar a cobertura aérea e realizar missões de ataque.

O USS Tripoli foi desenvolvido para desembarque anfíbio, mas pode cumprir missões típicas dos porta-aviões. Foto: US Navy

O F-35B, porém, levou essa adaptação a outro patamar. Ao contrário do Harrier, um jato subsônico de ataque com capacidade ar-ar mais centrada na sua própria autoproteção, o F-35B Lightning II é um supersônico stealth com plena capacidade de superioridade aérea, sobretudo na arena do combate Beyond Visual Range. Em 2020, um navio da classe Wasp chegou a ser enviado para próximo da China com dez F-35B a bordo em um momento de tensão geopolítica que coincidiu com a indisponibilidade dos porta-aviões USS Theodore Roosevelt e USS Ronald Reagan por conta de surtos de covid-19.

Essa flexibilidade dos navios de desembarque anfíbio pode reforçar a já ampla frota de porta-aviões da US Navy, hoje composta por onze navios capazes de operar caças como os F-18 Super Hornet e F-35C Lightning II.

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