A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) formalizou parceria com a Universidade de Brasília (UnB) para realizar uma pesquisa sobre a desigualdade de gênero no setor aéreo e identificar as principais barreiras que impedem ou dificultam a participação de mulheres no mercado da aviação e civil brasileira.
O projeto, de autoria da professora Inez Lopes Matos Carneiro, da Faculdade de Direito da UnB, busca levantar e analisar o panorama da atuação feminina no setor aéreo. O documento gera impacto na sociedade e propicia à ANAC o atendimento a algumas de suas principais competências, como inovações regulatórias que promovem o desenvolvimento sustentável da aviação no país.
“O projeto se insere em um programa de ações da Agência para corrigir o problema de equidade na aviação civil. É uma questão estratégica por uma série de prismas, do ponto de vista social, político e econômico. É um setor que é intensivo de profissionais altamente especializados e nós não podemos mais não contar com a força de trabalho feminina, altamente capacitada”, salientou o diretor-presidente substituto da Agência, Ricardo Catanant.
Para a coordenadora do projeto, Inez Lopes, o estudo é inovador e traz a pesquisa da inclusão de mulheres na aviação em três pilares: político, econômico e social. “Vamos fazer uma análise das regulações nacionais e internacionais e do direito comparado, para conhecer nossas regulamentações e levantar os motivos da baixa participação de mulheres como pilotas e na parte de engenharia”, explicou a professora da UnB.
No evento “Aviação: substantivo feminino”, realizado pela ANAC no dia 8 de março em celebração ao Dia Internacional da Mulher, Inez parabenizou a Agência por incluir a temática de gênero na aviação com projetos interconectados e colaborar para que a data seja um momento de fomentar a igualdade de oportunidades e escolhas. “Que mulheres não sejam impedidas de atuar na aviação em razão de questões históricas. Temos mais de 50% de mulheres no Brasil, mas os números na aviação ficam muito aquém do seu potencial”, salientou.
O projeto tem o objetivo de fazer um mapeamento para conduzir ações e políticas públicas de inclusão de mulheres no setor e nas carreiras STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática), além de fazer uma análise comparativa entre normas de países que possuem políticas de inclusão de mulheres com as normas brasileiras.
A parceria faz parte de um importante pilar social da Agência, que integra a Política de Sustentabilidade da ANAC, por meio do programa Asas para Todos, que tem o objetivo de fomentar a diversidade, a inclusão, a capacitação, a formação aeronáutica e a participação de mulheres no setor aéreo. Um dos subprogramas do Asas para Todos é “Mulheres na Aviação”, que inaugura uma nova fase da Agência focada na representatividade feminina no setor aéreo.
A pesquisa é fruto de colaboração com pesquisadores da Engenharia Aeroespacial da Faculdade do Gama (FGA) e do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (Face) da UnB.
O resultado do projeto pretende subsidiar a ANAC na elaboração de políticas públicas para a promoção de uma regulação inclusiva de mulheres na aviação civil; contribuir na análise sobre questões de gênero no setor, servindo para a elaboração de relatórios sobre as ações de inclusão em âmbito nacional e em comparação a outros países; e auxiliar nas tomadas de decisão da Agência para a redução da desigualdade de gênero na aviação civil.
O projeto de pesquisa também valida o comprometimento da ANAC em apoiar os princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção, confirmando a intenção e o empenho da Agência para torná-los parte da estratégia, da cultura e das operações cotidianas da aviação, sobretudo a igualdade de gênero no setor.
