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VÍDEO: Você já viu o “Top Gun” do Irã? (Não é o F-14!)

Cartaz do filme destaca caça F-4 Phantom

Enquanto muitos ocidentais associam o Irã ao filme “Top Gun” pelo fato de o país dos aiatolás ainda voar o caça norte-americano F-14 Tomcat, os iranianos têm o seu próprio filme de ação aérea. E melhor ainda: conta a história de uma missão real, uma página da história da Força Aérea do Irã que até hoje é motivo de orgulho para eles.

Lançado em 1994, o filme حمله به اچ۳ (Em português, “Ataque a H-3”) conta a história do devastador ataque estratégico realizado em 4 de abril de 1981 durante a guerra Irã-Iraque. Ao todo, 36 aeronaves militares inimigas teriam sido atingidas sem haver nenhuma baixa do lado iraniano. O filme mostra aviões F-5, Su-22 e 747, além das estrelas da operação, os F-4 Phantom.

ASSISTA ABAIXO A UM TRECHO DO FILME:

Além do desempenho dos caçadores iranianos, a missão se destacou pela capacidade de atuar a longas distâncias: o alvo eram as três bases aéreas conhecidas como “Complexo H-3”, localizadas no Oeste do Iraque, próximo da fronteira com a Jordânia, a mais de mil quilômetros de distância do Irã. Chegar até lá exigiria não apenas realizar reabastecimento em voo, mas também sobrevoar a parte central iraquiana, incluindo a bem defendida capital, Bagdá.

Exatamente por ser, supostamente, um alvo inalcançável que os iraquianos teriam escolhido H-3 para receber suprimentos e armantos do Egito, além de modernos caças Mirage F-1 franceses e, pensavaa inteligência iraniana, os bombardeiros Tupolev Tu-22 dos russos. A presença desses bombardeiros poderia significar uma mudança nos rumos da guerra.

De fabricação norte-americana e adquiridos antes da revolução de 1979, os F-4 Phantom II foram intensamente utilizados pelo Irã durante a guerra contra o Iraque. Imagem retirada do filme

O plano

Os coronéis Ghasem Golchin e Javad Fakoori traçaram um plano audacioso. Ao invés de voarem em linha reta, enfrentando no caminho praticamente toda a força aérea iraquiana, os caças F-4 Phantom voariam um total de 3.500 km, contornando o território inimigo ao norte. Enquanto isso, caças F-5E e F-14A, estes últimos à época os mais modernos do Irã, fariam ataques no leste do Iraque com o único objetivo de chamar a atenção das defesas.

Mais modernos que os F-4 Phantom, dois F-14 Tomcat foram utilizados apenas para confundir as defesas iraquianas, que pensavam ser mais um dia de confronto à leste do país. Três F-5E também foram utilizados nessa tarefa

A operação começou com o envio de um Boeing 707 e de um 747 para a Síria, aliada do Irã. Os dois jatos voaram adotando padrões de voo para simular tráfegos de aeronaves comerciais. Na manhã do ataque, ambos fizeram uma rota supostamente comercial para em seguida, em total silêncio-rádio, passarem a voar a baixa altura sobre o deserto para fugir dos radares do Iraque. Há fontes iranianas que reportam um nível de voo de apenas 300 pés, cerca de 100 metros. E nessa altura, fora de qualquer padrão adotado, cada um dos oito F-4 Phantom teria realizado quatro reabastecimentos em voo.

O Irã utilizada o 707 e o 747 para reabastecimento aéreo

Ataque surpresa

Os oito F-4 (sendo seis F-4E e dois F-4D) decolaram às 10h30 da base aérea de Hamedan. De lá voaram até a latitude limite do Iraque e voaram sobre a fronteira com a Turquia. Fontes iraquianas dizem que a formação inimiga chegou a ser detectada, porém foi erroneamente identificada como caças turcos protegendo seu lado da fronteira. Um segundo Boeing 747 iraniano permaneceu no espaço aéreo sírio para atuar como um posto de controle no ar.

Os oito F-4 teriam então se dividido em dois ou três grupos (as informações variam de acordo com a fonte). Os três aeródromos foram bombardeados, começando com bombas clusters sobre hangares e pistas. Sem qualquer resposta iraquiana, os F-4 puderam dar meia-volta e fazer passagens com disparos de canhão. Não há qualquer referência a aeronaves interceptadoras na área.

O filme mostra caças iraquianos atuando somente contra os ataques diversionários. Os F-4 teriam sido recebidos por artilharia antiaérea, mas sem nenhuma baixa

Os iraquianos negam ter sido alvo de um ataque brutal. Segundo eles, apenas um MiG-21 foi atingido em solo, sem perda total. Os hangares estariam vazios. Nem os bombardeiros Tu-22 nem os caças F-1 estariam no complexo H-3. Os primeiros estariam na base aérea de Tammuz, enquanto os segundos teriam sido transferidos para uma base aérea exclusiva ao norte de Bagdá.

Os iranianos, por outro lado, alegam ter destruído completamente 25 aeronaves: um bombardeiro Tupolev Tu-16, quatro helicópteros de pequeno porte, três cargueiros Antonov An-12 e 19 caças, sendo quatro MiG-21, cinco Su-22, oito MiG-23 e dois Mirage F-1. Mais onze aeronaves teriam sido danificadas ao ponto de não poderem mais voar. De fato, os Tu-22, principal razão do ataque, não foram avistados.

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