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A tragédia do 727 da VASP

Há 40 anos, um 727 da VASP sofreu aquele que por mais de 20 anos foi o maior acidente aeronáutico da história do Brasil. Era o dia 8 de junho de 1982 quando a aeronave se chocou contra a Serra da Aratanha, no município de Pacatuba (CE).

A tragédia matou todos os 137 ocupantes do 727. A triste marca seria superada apenas em 2006, quando houve o acidente envolvendo um Legacy privado e um Boeing 737 da Gol, quando 154 pessoas perderam a vida.

Na tragédia da VASP, a aeronave cumpria o voo VP 168, entre Congonhas e o Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, com escala no Galeão. Com matrícula PP-SRK e número e série 21347, o Boeing 727-212A havia sido construído cinco anos antes, tendo voado com a Singapore Airlines antes de ser transferido para a VASP.

Um outro 727 da VASP (matrícula PP-SHN), do mesmo modelo da aeronave acidentada

A análise dos gravadores de bordo deixaram evidentes os fatores contribuintes para o acidente. A 140 milhas náuticas de Fortaleza, o comandante solicitou a descida do nível de voo 330 (33 mil pés) para 050 (5.000 pés). Porém, a aeronave continuou a descida, colidindo a 1.950 pés a 14 milhas náuticas do destino. Com a explosão, não houve sobreviventes.

O áudio do gravador de voz registrou o aviso de “altitud alert” duas vezes, a primeira a 5.800 pés e a segunda a 2.300 pés. O copiloto também advertiu o comandante sobre a existência de morretes na rota, sendo ignorado. O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acintes Aeronáuticos supõe que, já com as luzes de Fortaleza no horizonte, o comandante possivelmente planejava seguir uma rota direta para o pouso, ignorando as restrições de altitude na área.

Com 15.767 horas de voo registradas, o comandante era considerado um bom profissional, mas o relatório da investigação alertou para problemas pessoais e financeiros, ainda que não seja possível avaliar a influência desses fatores. Ele tinha 43 anos.

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