O potencial bélico da força aérea da Coreia do Norte é um mistério, mas nesta semana o país demonstrou ter capacidade de operar ainda um grande número de aeronaves, mesmo sofrendo com crise de combustíveis desde os anos 90. Pelo menos 150 aviões militares voaram juntos, no que foi considerada a maior demonstração de força convencional do país, que costuma fazer ameaças com seus testes nucleares e lançamentos de mísseis balísticos.
É possível que o sobrevoo tenha sido uma espécie de mero desfile militar, sem a complexidade d eum exercício operacional. Ainda assim, a imprensa estatal norte-coreana fez questão de mostrar o uso de armamentos reais. Também foram exibidas imagens de Kim Jong Un acompanhando o voo das aeronaves.
O voo de 150 aeronaves foi, certamente, um esforço de propaganda, amplamente divulgado pelos meios de comunicação locais. Porém, é verdadeiro: foi confirmado por fontes na Coreia do Sul. Estima-se que toda a força aérea de Kim Jong Un foi acionada simultaneamente.
Levantamentos atualizados, mas pouco confiáveis, apontam que Coreia do Norte tenha atualmente pelo menos 30 caças MiG-29, 50 MiG-23, 20 MiG-21, 120 F-7 (versão chinesa do MiG-21) e 30 Su-25. A força de bombardeiros seria composta de pelo menos 60 H-5, de origem chinesa, ainda que o país tenha preferido investir em mísseis balísticos.
Não é possível avaliar, contudo, quantas dessas aeronaves podem efetivamente voar. Ao mesmo tempo, contudo, é preciso lembrar que os norte-coreanos focam seus esforços conforme os desejos do líder e são capazes, por exemplo, de produzir armamento nuclear e mísseis de longo alcance.
Ainda assim, o monitoramento feito pela Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão mostra baixa atividade aérea militar da Coreia do Norte ao longo dos anos, numa possível demonstração de falta de treinamento dos seus aviadores. Inclusive, para o sobrevoo de 150 aeronaves, os tripulantes teriam feito treinamentos ao longo de um mês.
