AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Embraer entrega último caça AF-1 (A-4 Skyhawk) modernizado à Marinha do Brasil

O último AF-1 entregue pela Embraer, em abril de 2022. Foto: Sergio Fujiki - Embraer

A Embraer realizou hoje a entrega do último caça modernizado AF-1 à Marinha do Brasil. A cerimônia foi realizada na unidade industrial da Embraer em Gavião Peixoto, no interior paulista. No total, dentro do programa AF-1 (designação da Marinha para o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk) foram modernizados sete caças subsônicos – cinco AF-1B monoposto e dois AF-1C biposto.

Dentro do programa de modernização realizado pela Embraer, foi desenvolvido um simulador de voo de alta fidelidade para que a Marinha do Brasil possa realizar treinamentos de pilotos aumentando, assim, a segurança em suas operações. Foram também fornecidas estações de briefing e debriefing empregadas no treinamento e na proficiência dos pilotos, possibilitando um melhor aproveitamento, redução de custos e maior eficácia no planejamento e execução das missões.

O trabalho de modernização teve como destaque a instalação do novo radar, um sistema de Radar Warning Receiver (RWR), novos rádios de comunicação, sistema autônomo de geração de oxigênio (OBOGS), dois Color Multi-Function Display (CMFD) e um Head-Up Display (HUD), além da implantação de novos controle para permitir a operação chamada de HOTAS – Hands on Throttle and Stick. A aeronave é tecnologicamente adequada para o cenário da guerra aérea atual.

O principal destaque da modernização foi a adoção do radar EL/M 2032, com modos ar-ar, ar-solo e ar-mar, neste último caso sendo capaz de acompanhar até 64 embarcações ao mesmo tempo a distâncias de até 160 km. Com o modo de operação de abertura sintética inversa (ISAR) é possível elaborar uma imagem da silhueta do alvo, e assim identificá-lo.

Foto: Marinha do Brasil

O plano inicial de modernização de 12 aviões, sendo nove monoplaces e os três biplaces, foi reduzido para quatro monoplaces e dois biplaces. Com a perda da aeronave AF-1B matrícula N-1011, houve a mudança no contrato de modernização para envolver efetivamente cinco monoplaces, de modo a manter a frota com quatro unidades.

Apesar de não contar com porta-aviões, a Marinha do Brasil vê os AF-1 como estratégicos. Em apenas 30 minutos de voo, o caça alcança o limite da Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Com três tanques suplementares, é possível ir até o arquipélago de Trindade e voltar. Essa capacidade de esclarecimento livra helicópteros como os SH-16 e os AH-11B da tarefa, além de reduzir o pedido de auxílio dos P-3AM da Força Aérea Brasileira.

Ao mesmo tempo, os AF-1 são utilizados para manter viva a doutrina de operações embarcadas. Mesmo no solo, as equipes de mecânicos utilizam os uniformes coloridos típicos da aviação embarcada. E, mais importante ainda, todos os pilotos do VF-1 têm a experiência de realizar pelo menos um pouso a bordo, em um porta-aviões dos EUA, quando fazem lá o curso operacional com os jatos T-45 Goshawk.

Um AF-1 da Marinha do Brasil em 2006, quando operou a bordo do porta-aviões A-12 São Paulo Foto: Rob Schleiffert

O Grupo Aeronaval de Manutenção tem se destacado para garantir a disponibilidade da frota. O maior exemplo é o AF-1 com matrícula N-1001: a aeronave se envolveu em um uma colisão no ar em 26 de julho de 2016, que resultou na perda do N-1011. Porém, o pessoal “da graxa” não desistiu do N-1001: após 1.711 dias em solo, o caça Skyhawk voou no dia 1º de abril de 2021.

Outro AF-1 também foi recuperado pelo Grupo Aeronaval de Manutenção. Trata-se do AF-1 com matrícula N-1013, que se envolveu em um acidente durante a decolagem, em 21 de outubro de 2019.

Já o AF-1C com matrícula N-1022 teve trincas na asa direita identificadas em 2020, pouco mais de três anos após ser recebida modernizada, em abril de 2018. O próprio Grupo Aeronaval de Manutenção fez o reparo no avião. O trabalho foi de 15 de junho a 20 de agosto.

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Redação

Comentários

  • Temos que planejar a substituição deste caça AF-1modernizado por uma versão naval que deverá ser operada com o próximo navio aeródromo da Marinha do Brasil. Este conjugado aeronaval deverá ser projetado e construído no Brasil, pois temos capacidade industrial, recursos materiais, profissionais qualificados. Para este projeto devem ser previstos os recursos necessários nos futuros orçamentários para desenvolver estes vetores e podermos estabelecer parcerias com outras nações para construir esta embarcação que deverá ter capacidade de operar aeronaves de asa fixa e rotativa.
    Parcerias como a do novo caça da FAB e novos submarinos da marinha brasileira são exemplos de êxito que permitiram avanços da nossa indústria de defesa em projeto com outras nações que possuem tecnologia avançada em sua indústria de defesa aérea e naval.

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