AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Espanha aposenta P-3 e fica sem aviões para guerra antisubmarino

P-3 A do Ejército del Aire. Foto: Chris Lofting

Com compromissos de defesa no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e com parte significativa do seu território em forma de ilhas na costa da África e no Mediterrâneo, a Espanha perdeu neste mês a capacidade aérea para combater submarinos. Seu último P-3 M foi desativado no dia 1º, após anos de dificuldades operacionais, e o país sequer tem ainda um contrato para a aquisição de um substituto.

Agora, o Ejército del Aire conta com oito CASA CN-235 convertidos para o padrão VIGMA (Vigilancia Maritima), que contam com o sistema FITS (Fully Integrated Tactical System), radar e sensor ótico. Comparado ao P-3, o CN-235 VIGMA também perde em autonomia: enquanto o patrulheiro “puro” voa por até 17 horas, o cargueiro adaptado chega a, no máximo, dez. Também é mais lento e leva uma tripulação menor.

CN-235 VIGMA

Essas aeronaves, com alcance e capacidade de detecção inferiores aos SC-105 Amazonas utilizados pela Força Aérea Brasileira para missões de busca e salvamento, têm capacidade para detectar alvos apenas sobre a superfície do mar, sem nenhuma atuação contra submarinos. Na prática, são aeronaves com potencialidades semelhantes aos P-95 Bandeirante Patrulha em uso no Brasil.

O Ejército del Aire prevê assinar no início do ano um contrato com a Airbus para o fornecimento de quatro C295 MPA/ASW. Estas aeronaves terão sistemas atualizados e com capacidade para combater submarinos. O alcance e o peso máximo de decolagem também serão maiores que os apresentados pelos CN235, ainda que inferiores aos do P-3.

A Espanha deve investir 560 milhões de Euros até 2028 no projeto e ampliar esse número para permitir a futura substituição dos CN-235 VIGMA.

P-3 K da Nova Zelândia. Foto: Jeff Gilbert

Fim da linha para o P-3

A Nova Zelândia anunciou que deve retirar de serviço os seus P-3 K2 cinco meses antes do planejado. Isso vai deixar o país sem um vetor de patrulha marítima até a efetiva entrada em serviço dos novos P-8 Poseidon, prevista para ocorrer em meados de 2023. A primeira aeronave foi recebida esta semana nos Estados Unidos, mas ainda passará por testes e as tripulações estão em treinamento.

Introduzido no serviço militar em 1962, o P-3 se aproxima do fim da vida útil em diversos países. Ao todo, foram 757 aeronaves costruídas, sendo 650 pel Lockheed e 107 pela japonesa Kawasaki, sob licença. As aeronaves mais novas saíram da linha de montagem em 1990. A US Navy iniciou em 2013 a substituição dos seus P-3 pelos P-8, atualmente também em serviço com Austrália, Índia, Noruega e Reino Unido. Coreia do Sul, Alemanha e Nova Zelândia estão em fase de introdução do modelo.

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