Hoje completam-se 47 anos do primeiro voo oficial do F-16 Fighting Falcon. E como “presente de aniversário” o caça pode mais uma vez ganhar um contrato do Pentágono. Se as negociações avançarem, isso significará que o jato terá garantida a marca de 5 mil unidades produzidas, o que já estava próximo de ser alcançado.
Ao todo, entre 1978 e 2005, os estados Unidos Unidos receberam 2.231 caças F-16, dos quais cerca de 1.300 ainda voam. O último foi da versão F-16C Block 50, um modelo tecnologicamente inferior a variantes já exportadas, com destaque para o atual F-16V Block 72, que conta com o radar AESA APG-83 e o Joint Helmet-Mounted Cueing System II (JHCMS II), dentre outras melhorias.
O planejamento inicial era aposentar toda a frota de F-16 em prol dos novos F-35 Lightning II, mas desde a década passada o Pentágono decidiu prorrogar a vida útil de parte dos caças até 2048, inclusive adotando o radar APG-83. A prorrogação também ocorreu com os F-15, e em 2019 a USAF decidiu adquirir 144 F-15EX novos. Caso a opção pelos F-16 mais modernos seja concretizada, a USAF ficará com quatro caças na linha de frente: F-22A, F-35A, F-16V e F-15EX.
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Uma eventual compra de novos F-16 pode significar a redução da encomenda dos F-35. O plano é comprar 1.763 caças somente da versão F-35A, porém o número poderá ficar em “apenas” 1.050. A vantagem do F-16 seria o custo de aquisição mais baixo, o que permitiria a substituição de cerca de 232 F-16 dos Blocks 25 e 30, os mais antigos ainda em serviço, a serem retirados de serviço entre 2024 e 2027.
Caso a compra se confirme, a Lockheed Martin poderá comemorar a marca de 5.000 aeronaves vendidas. Hoje, estão em produção caças para o Bahrain, Bulgária e Eslováquia. Haverá ainda aeronaves, pelo menos, para o Marrocos e Taiwan. A empresa também é fabricante do F-35.
Primeiro voo não oficial
O primeiro voo oficial do F-16 aconteceu, de fato, em 2 de fevereiro de 1974. Era esse o planejamento da General Dynamics, empresa que projetou, testou e fabricou o F-16 até 1993, quando a linha de montagem foi vendida para o Lockheed Martin.
O protótipo do F-16, chamado à época de YF-16, acabou pregando uma peça: em 20 de janeiro de 1974, durante um teste de corrida na pista a 135 nós, o avião ganhou sustentação e o profundor direito acabou tocando o solo. Para evitar um acidente, o piloto Phil Oestricher corrigiu a variação lateral e acabou encostando a ponta da asa esquerda na pista. Sem muitas opções, decidiu então decolar. Deu uma volta no aeródromo e, em plena normalidade, pousou seis minutos depois.
Confira o primeiro voo “por acidente” do F-16:
O primeiro voo oficial do F-16 ocorreria em 2 de fevereiro. Foi necessário ajustar o sistema de fly by wire para tornar o controle lateral menos sensível. A equipe de marketing chamou a ocorrência de 20 de janeiro de “Voo Zero”. Já no voo “um”, a aeronave atingiu 645 km/h e 9.200 metros. Três dias depois já era realizado o primeiro teste supersônico.
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Em 13 de janeiro de 1975 o YF-16 foi declarado vencedor na competição aberta pela USAF para a seleção de um novo caça leve, com contrato inicialmente previsto para 650 unidades. Cinco meses depois a Bélgica, Dinamarca, Holanda e Noruega se tornaram os primeiros clientes de exportação com 348 aeronaves encomendadas.
F-16 até 2060
Foi só o início de uma história de sucesso comercial. Mesmo se nenhum negócio for fechado, a linha de produção estará ativa até 2025. Segundo a Lockheed Martin, mais de 4.600 aeronaves já foram entregues, e cerca de 3.300 estão operacionais. A empresa se prepara para apoiar a operação de caças F-16 até o ano de 2060.
O caça já conquistou 25 países, além dos Estados Unidos. Todos continuam a operar o modelo, com exceção da Itália, que operou 34 jatos alugados entre 2001 e 2012 para ocupar o gap deixado entre o F-104 Starfighter e o Eurofighter Typhoon.
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Na América Latina, a Venezuela opera caças F-16 desde 1983, época em que o país era alinhado com os Estados Unidos. Hoje são possivelmente 21 caças F-16 operacionais, todos da versão A/B Block 15, uma das primeiras. Ainda assim, há relatos de que os aviões teriam recebido mísseis Pythoon IV. Já o Chile comprou dez F-16C/D Block 52 em 2002, todos novos. O país conta ainda com 29 F-16A e 7 F-16B, modernizados para o padrão MLU, adquiridos usados da Holanda.
O Brasil chegou a cogitar mais de uma vez a aquisição do F-16, sendo a última no chamado Projeto F-X2. O caça norte-americano, porém, foi derrotado e sequer participou da lista final, em que o vencedor Saab Gripen enfrentou o Dassault Rafale e o Boeing F-18.
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