AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

FAB destaca interoperabilidade entre as forças: “Um mais um é mais que dois”

C-98 Caravan da Força Aérea Brasileira, utilizada para missões de apoio na Região Amazônica Foto: Sgt Johnson Barros / Força Aérea Brasileira

No dia em que o Presidente da República voltou atrás no Decreto que permitira ao Exército operar seus próprios aviões, a Força Aérea Brasileira divulgou em seu site um texto oficial em que ressalta a necessidade de as três Forças Armadas operarem juntas. “Forças Armadas com doutrinas diferentes, pensamentos similares e ideais iguais podem e devem operar juntas, complementando umas às outras e obtendo resultados muito melhores“, afirma o texto, assinado pelo Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, Comandante de Operações Aeroespaciais.

O texto não tem nenhuma relação direta com a aquisição de aviões pelo Exército nem com a anulação com o Decreto Presidencial, mas trata de temas relacionados. Trata-se da Ordem do Dia do 3º aniverário do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), unidade que reúne militares da Força Aérea, da Marinha e do próprio Exército para conduzir missões aéreas em todo o território nacional de forma conjunta.

A Ordem do Dia ressalta, precisamente, a importância da chamada interoperabilidade. “Aqui verificamos a sinergia entre as três forças que comprovam que um mais um é mais que dois, e isso nos faz carregar algo muito maior e mais complexo do que forças operando isoladamente“, afirma o documento. A aquisiçao de aviões pelo Exército significa buscar independência do apoio dado pela Força Aérea Brasileira.

Leia a Ordem do Dia

Ex-Comandante da FAB classifica iniciativa como um acinte

A iniciativa de o Exército de adquirir aeronaves C-23B+ Sherpa usadas e utilizá-las para voos na Região Amazônica rendeu críticas públicas do Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, comandante da Força Aérea Brasileira até 4 de janeiro do ano passado. “Alocar recursos de dezenas de milhões de dólares para treinar tripulações, adquirir e adequar aeronaves para o Exército, enquanto dezenas de aeronaves da Força Aérea estão paradas por falta destes mesmos recursos, chega a ser um acinte, no momento em que as dificuldades orçamentárias comprometem a missão das Forças Armadas“, escreveu o militar em carta obtida pela imprensa.

De acordo com o Brigadeiro Rossato, as necessidades operacionais do Exército podem ser cumpridas pelas aeronaves da FAB, desde que haja os recursos para voá-las. “A Força Aérea tem uma frota aproximada de 100 aviões de transporte, com potencial de voar acima de 50 mil horas anuais. Entretanto consegue voar pouco mais da metade deste esforço aéreo por absoluta falta de recursos financeiros que poderiam ser priorizados pelo Ministério da Defesa“, completa.

O ex-Comandante da Aeronáutica finalizou sua carta criticando a falta de interoperabilidade. “Constatamos, com pesar, que o Ministério da Defesa não confirma uma das principais razões de sua existência: a integração e a interoperabilidade entre as Forças Armadas“. Foi no seu período à frente da FAB que o Tenente-Brigadeiro Rossato criou o Comando de Operações Aeroespaciais.

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Redação

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  • Falácias, meias-verdades e ilações usadas desesperadamente como argumentos egoístas, que têm como único propósito evitar a “perda de poder pela Força”, mesmo que, para tal, seja mantida uma doutrina antiquada e ineficiente de emprego das nossas FFAA. Ademais, dolorosamente, expõe inadmissível falta de fraternidade, camaradagem e lealdade entre irmãos de Armas.

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