AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA DOS ARQUIVOS DE ASAS

Há 80 anos, FAB foi criada com 430 aeronaves (e tinha outro nome)

Entre as aeronaves do Exército transferidas para a Força Aérea Brasileira estava o Curtiss Fledgling J-2. Foto: Johnson Barros / Força Aérea Brasileira

Há exatos 80 anos, em 20 de janeiro de 1941, Getúlio Vargas publicava o Decreto-Lei Nº 2.961, que criava o Ministério da Aeronáutica. A nova instituição deveria contar, a partir dali, com meios, recursos, pessoal e responsabilidades antes atribuídos aos Ministérios da Guerra, da Marinha e da Viação e Obras Públicas. As aeronaves que voavam com as cores da Aviação Militar e da Aviação Naval passaram a constituir a então chamada Forças Aéreas Nacionais.

Só em 22 de maio de 1941, uma nova legislação modificou essa nomenclatura. O nome Força Aérea Brasileira (FAB) foi oficialmente adotado com o Decreto-Lei 3.302, assinado por Getúlio Vargas após considerações do então Ministro da Aeronáutica. O objetivo era dar uma característica nacional única à nova arma aérea. A curiosidade é que o nome “Nacional” permaneceu para o “Correio Aéreo Nacional”.

Campo dos Afonsos em Janeiro de 1941
Foto: Força Aérea Brasileira

O Decreto 3.302 também modificou o nome de várias organizações militares da recém-criada FAB. O 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º Corpos de Base Aérea passaram ser chamados, respectivamente, de Bases Aéreas dos Afonsos, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Belém e Campo Grande.

A Base de Aviação Naval de Santos e a Base de Aviação Naval de Santa Catarina passaram a se chamar Bases Aéreas de Santos e Florianópolis. Em ambos os locais ainda estão, até hoje, piers que remontam ao passado naval. Já a Base de Aviação Naval do Rio Grande do Sul passou a se chamar Base Aérea do Rio Grande.

Base Aérea dos Afonsos em 1941

O Parque Central de Aeronáutica, do Exército, foi designado Parque de Aeronáutica dos Afonsos. Já o Parque Regional de São Paulo passou a se chamar Parque de Aeronáutica de São Paulo.

Aeronaves

A Força Aérea Brasileira começou com uma frota ampla. Ao todo, 99 aeronaves foram transferidas da Marinha, incluindo 36 Focke Wulf Fw-44J, 16 Focke Wulf Fw-58B, doze North American NA-46 e dez De Havilland DH-82 Tiger Moth.

Um número ainda maior, 331 aviões, foi transferido do Exército. O destaque ficou por conta de 29 Vought V-65B e 30 North American NA-72.

Ministério e Comando da Aeronáutica

Com a criação do Ministério da Defesa, em 10 de junho de 1999, pela lei complementar nº 97 de 9 de junho de 1999, o Ministério da Aeronáutica foi transformado em Comando da Aeronáutica e o ministro da Aeronáutica passou a ser denominado comandante da Aeronáutica.

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Humberto Leite

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