Único programa sobre cultura de aviação na TV aberta brasileira, “Asas e Histórias” terá a estreia da sua segunda temporada neste sábado, às 10h45, na TV Cultura, com retransmissão para as rede nacional de afiliadas. O sucesso com o público se explica por uma produção que reúne informações detalhadas e imagens de encher os olhos.
“De certa forma, existe um padrão de imagens que encantam, agradam e prendem a atenção do público. Com a aviação não é diferente e têm raízes em filmes como Top Gun, Apocalypse Now e tantos outros que conseguiram retratar cenas de aviação de uma forma bonita e empolgante”, explica a produtora Ariadne Barroso. O público também pode esperar imagens de cockpit, documentos históricos e cenas raras.
Cada episódio exige um trabalho de produção detalhado. Isso porque o programa “Asas e Histórias” vai além das aeronaves atuais e explora modelos antigos, alguns que sequer entraram em serviço, ou cuja história remete a décadas passadas. “Imagens em foto ou vídeo de um B-52 são infinitamente mais fáceis de serem encontradas do que de um Condor, por exemplo”, acrescenta a produtora.
Para isso, é feito um trabalho com alto nível de detalhamento. A equipe de produção faz pesquisas no Brasil e no exterior, buscando arquivos em órgãos governamentais, bibliotecas públicas, forças armadas, bancos de imagens em domínio público, agências especializadas em material documental, fabricantes de aeronaves e companhias aéreas. Também é utilizado o banco de dados da própria Revista Asas, publicação que há mais de 20 anos reúne um acervo único sobre o tema.
A produção de um material de alto nível sobre aeronaves militares também esbarra em dificuldades de cunho histórico. “Tem um outro fator que impacta muito no desafio para achar material: Guerra Fria. Muito material produzido nesta época, seja pela extinta União Soviética, seja pelos Estados Unidos, ainda não passaram por digitalização nos órgãos federais ou agências de mídia especializada”, conta Ariadne Barroso. Alguns materiais licenciados levaram semanas até serem entregues.
Ainda assim, às vezes a quantidade de material reunido é tão boa que fica difícil fazer os cortes necessários. “Dá uma dor no coração ter que deixar muita coisa de fora, inclusive em termos de roteiro. Na Revista Asas podemos fazer de 8 a 10 páginas sobre um tema e tem muita, muita informação ali. Mas se transformar em vídeo, eu vou ter uma hora”, conta o apresentador Claudio Lucchesi, jornalista especializado em aviação e criador da Revista Asas.
Atendendo aos pedidos do público, nesta segunda temporada, o tempo do programa foi duplicado, de cinco para dez minutos. Isso também significa um esforço maior de edição. “O tempo de produção triplica em relação ao programa de cinco minutos. Um programa de dez minutos é um trabalho de quase uma semana a depender do episódio em produção”, detalha Ariadne Barroso.
Além disso, há a identidade visual. “Asas e Cultura” lembra a própria Revista Asas e canal no Youtube, porém, traz adaptações específicas para a televisão.