Há exatos 35 anos, em 28 de janeiro de 1986, uma tragédia abalou o mundo. Em sua décima missão, o ônibus espacial Challenger explodiu 73 segundos após o lançamento. Eram 11h39 no horário local, 13h39 em Brasília.

A espaçonave se desintegrou a 15 km de altura e pedaços ficaram espalhados por quilômetros. A cabine da tripulação, capaz de resistir a forças de até 20 gravidades, subiu até 20 km de altitude e depois caiu em uma trajetória balística até o Oceano, o impacto ocorrendo a uma velocidade de aproximadamente 333 km/h cerca de dois minutos e 45 segundos depois da quebra da espaçonave.

Faleceram os sete astronautas a bordo, incluindo uma professora selecionada em um programa que envolveu 11 mil inscritos. A presença dela fez a cobertura midiática do lançamento ser ainda maior.
A investigação mostrou que pelo menos três dos Personal Egress Air Packs (PEAP), um dispositivo para garantir a respiração de cada tripulante por seis minutos em caso de acidente, chegaram a ser acionados. O mais provável é que dois membros da tripulação tenham tido pelo menos alguns segundos de consciência após a explosão dos propulsores.
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Os destroços também mostraram que o painel de controle ao lado do co-piloto teria sido manipulado para posições diferentes da esperada no lançado, possivelmente em uma tentativa de reativar a força elétrica. O mais provável, porém, é que todos tenham falecido ou perdido a consciência em poucos segundos.

Investigação
Logo após o acidente foi formada uma comissão para investigar o que ocorreu. Um dos membros era o piloto e engenheiro Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua. Outro era o piloto de provas Chuck Yeager. O líder da comissão era William Rogers, secretário de estado do então presidente Ronald Reagan. Completavam o time cientistas, pilotos, engenheiros, consultores e até o editor da revista Aviation Week and Space Technology.

Quem acabou por se destacar no trabalho foi o físico teórico Richard Feynman, que quase não aceitou participar da comissão por estar batalhando contra um câncer. Vencedor do Prêmio Nobel de 1965, Feynman descobriu o problema do Challenger: anéis de borracha usados para vedação dos tanques de combustíveis tiveram um comportamento elástico diferente do previsto por conta da baixa temperatura do dia do lançamento.
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O relatório final da chamada Comissão Rogers foi entregue a Ronald Reagan em 9 de junho do mesmo ano. A cultura de segurança da NASA ficou em xeque com a investigação. Richard Feynman foi duro em suas palavras: “Para uma tecnologia de sucesso, a realidade deve ter precedência sobre as relações públicas, pois a natureza não pode ser enganada”, escreveu no apêndice do relatório onde apresentou suas considerações pessoais.

A missão seguinte de um ônibus espacial aconteceria somente em 29 de setembro de 1988, mais de dois anos e meio depois. Antes disso, a NASA realizou uma completa remodelação dos motores e tanques de combustível. Um novo escritório de segurança de voo foi criado, reportando-se diretamente à administração central. As lições aprendidas fomentaram vários estudos sobre segurança.
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Após a missão seguinte, o programa de ônibus espaciais continuou normalmente. Ao todo, foram 133 missões realizadas com sucesso, até o último, em julho de 2011. Um segundo acidente fatal ocorreu em 1º de fevereiro de 2003, durante a reentrada do Colúmbia. Todos os sete astronautas a bordo também faleceram.
Em uma das missões bem-sucedidas, entre 8 e 21 de agosto de 2007, foi ao espaço a professora Barbara Morgan. Ela havia ficado em segundo lugar no programa que selecionaria um profissional de ensino para embarcar no fatídico voo do ônibus espacial Challenger.
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