O que até então era uma possibilidade vista em teoria pelos estudiosos da guerra contemporânea se mostrou realidade nos últimos dias. Bases russas na Síria foram alvo do primeiro ataque em massa por drones, ou veículos aéreos não tripulados (VANT), que se tem notícia. Segundo o Ministério da Defesa Russo (MoD), o ataque ocorreu na noite de 5-6 de janeiro.
De acordo com o Ministério, cerca de dez pequenos VANTs foram detectados pelas defesas antiaéreas da Base Aérea de Humaymim e outros três na estação naval do Tartus. Sete foram destruídos pelos sistemas de defesa de curto alcance Pantsyr-S enquanto seis foram interceptados por unidades de guerra eletrônica. Desses seis, três pousaram fora da base e outros três explodiram ao tocar o solo.
Análises realizadas nos VANTs recuperados, segundo o MoD, mostraram que eles eram guiados por GPS e altímetros e que podem ter sido lançados de até 100km de distância. Eles ainda carregavam dispositivos explosivos equipados com detonadores fabricados no exterior.
O Major General Aleksandr Novikov, chefe do departamento militar de desenvolvimento e construção de VANTs em pronunciamento em Moscou no dia 11 de janeiro identificou como possível fonte do ataque o vilarejo de Al-Muzarah, a 50 km a nordeste de Humaymim e a 100 km de distância de Tartus.
Dois dos VANTs recuperados foram mostrados durante esse pronunciamento mostrando que as se tratam de aeronaves caseiras em vez de serem comercializadas em lojas de hobby ou aeromodelismo. Eles eram alimentados por pequenos motores a combustão e suas asas feitas de poliestireno reforçado com lâminas de madeira.
Um deles estava com racks para quatro dispositivos explosivos improvisados (IEDs) liberáveis sob as asas, embora o Major General Novikov tenha dito que cada aeronave carregava dez IEDs. Pesavam cerca de 400g e eram feitos com o poderoso explosivo PETN e aparentam ter detonadores de impacto artesanais, segundo Novikov.