Royal Navy quer voltar a operar porta-aviões tradicionais

Descomissionado em 1979, o R09 HMS Ark Royal foi o último porta-aviões da Royal Navy capaz de operar aeronaves com sistema convencional de pouso e decolagem com catapultas e cabos de arrasto. De lá para cá, os britânicos se tornaram referência nas operações de aeronaves de decolagem curta e pouso vertical, inicialmente com os Sea Harrier e posteriormente com os F-35 Lightning II da versão B. Porém, agora, parece que essa história pode mudar.

A Royal Navy tem planos para adaptar seus dois novos porta-aviões o HMS Queen Elizabeth e o HMS Prince of Wales com um sistema convencional de lançamento e recuperação de aeronaves, atualmente utilizado apenas em onze navios-aeródromos Estados Unidos e no R91 Charles de Gaulle, da França. A mudança permitiria operar uma diversidade maior de meios aéreos, como aviões-radar, como é o caso do E-2 Hawkeye, utilizado pelas duas marinhas amigas, além de drones e da versão C do F-35, adotada pela US Navy, ou mesmo o F-18E/F Super Hornet.

De acordo com o Coronel Phil Kelly, Head of Carrier Strike and Maritime Aviation da Royal Navy, o plano é inicialmente evoluir das operações STOVL (short take-off and vertical landing aircraft) para STOL (short takeoff and landing), como recentemente treinado com aeronaves não tripuladas General Atomics Mojave. Em seguida, com a instalação de cabos para parar aeronaves equipadas com gancho de pouso, seriam iniciadas operações STOBAR (short takeoff but arrested recovery). No futuro, com adoção de catapultas, finalmente se chegaria ao modelo CATOBAR (catapult assisted takeoff but arrested recovery), tal como atualmente executado pelos EUA, França e, em breve, pela China, com seu novo porta-aviões Fujian.

O plano foi detalhado durante a conferência Combined Naval Event 2023 e divulgado pelo Naval News.