AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Boeing celebra 30 anos do Super Hornet

Foto: Boeing

A Boeing comemorou, em 29 de novembro, os 30 anos do primeiro voo do Super Hornet, jato que não se destacou por ganhar um número expressivo de operadores, mas teve uma produção acima dos seus contemporâneos e uma ficha de serviço exemplar. Com as cores da US Navy, da Royal Australian Air Force e da al-Quwwat al-Jawwiya al-Kuwaitiya (Força Aérea do Kuwait), serão 625 unidades produzidas pela Boeing até o fechamento da linha de montagem, previsto para 2027.

O projeto do Super Hornet foi um dos principais ativos que a Boeing obteve no contexto da compra da McDonnell Douglas, em 1997. O jato foi desenvolvido nos anos 90 com a aposta de unificar as alas aéreas dos porta-aviões norte-americanos com um só modelo capaz de substituir tanto os F-18C/D Hornet quanto os F-14 Tomcat, que à época já eram usados para missões de ataque à superfície, além da defesa aérea. Apesar das críticas, as promessas de desempenho bem superior aos Hornet “Legacy” e de uso de tecnologias avançadas garantiram a continuidade do projeto.

F-18F no USS Harry S. Truman. Foto: Dusan Ilic

A produção dos primeiros jatos para a US Navy começou ainda em 1995 e a campanha de testes seguiu a partir de 1996, destacando-se pelo primeiro pouso a bordo, no ano seguinte. O modelo recebeu a initial operating capability (IOC) em 2001, cinco anos antes da retirada de serviço dos últimos F-14. Na prática, os F-18E/F acabaram também assumindo tarefas antes designadas aos A-6 Intruder, S-3 Viking e até aos reabastecedores KA-6D. Uma versão específica para guerra eletrônica, o EA-18G Growler, substituiria os EA-6B Prowler, com a vantagem de ter componentes em comum com os F-18E/F.

A vida operacional foi intensa. Já em novembro de 2022, um par de F-18E teve seu batismo de fogo no Iraque. Nos anos seguintes foram milhares de missões realizadas ali e no Afeganistão, envolvendo ataque, suporte aéreo aproximado, patrulhas aéreas de combate, destruição de sistemas de defesa antiaérea inimigos e reabastecimento em voo. Na década seguinte, a Síria virou outro teatro de operações recorrente para os Super Hornet, incluindo o abate de um Su-22 Fitter da força aérea síria, em 18 de junho de 2017. A partir de 2023, os jatos passaram a atuar cada vez mais na área do Iêmen, contra grupos houthis.

Super Hornet reabastece caça F-35. Foto: US Navy

Os planos para chegar a mil unidades não se materializaram, mas a Boeing conseguiu contratos para novos Super Hornet até 2019, quando foram encomendados 78 da versão Block III, com vários aprimoramentos. A partir daí, os recursos passaram a ser focados na modernização da frota atual e na aquisição de novos projetos, como o F-35C Lightning II.

O F-18 Super Hornet, porém, acabou marcado pela derrota em diversos processos de seleção de caças de combate. O sueco Gripen, o norte-americano F-35, o multinacional Eurofighter e o francês Rafale acabaram levando contratos importantes em países como Brasil, Índia, Canadá, Dinamarca, Polônia, Bélgica, Suíça, Espanha e Alemanha, além do próprio US Marine Corps.

F-18 Super Hornet
O F-18 Super Hornet é utilizado pela US Navy e pela Royal Australian Air Force

Duas exportações foram alcançadas. A Austrália, que já voava os F-18C/D, selecionou o F-18F para substituir seus antigos F-111 Aardvark. As primeiras de 24 unidades foram recebidas em 2010, sendo posteriormente complementadas por 12 EA-18G e 72 F-35A. Já o Kuwait, outro antigo operador dos F-18C/D, recebeu em 2021 seus primeiros jatos de uma encomenda de 22 F-18E e seis F-18F.

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Humberto Leite

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