AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Drone nacional pode ajudar a combater incêndios florestais

Drone Atobá

As queimadas na Amazônia e no Pantanal podem ser melhor combatidos se o Brasil investir em tecnologia de monitoramento. E o país já possui, inclusive, um drone produzido aqui capaz de realizar essa missão. É o Atobá, um veículo não tripulado capaz de voar por até 28 horas seguidas sem precisar pousar.

É o maior drone já desenvolvido na América do Sul, com 11 metros de uma ponta da asa a outra e capaz de levar até 70 kg de sensores, como câmeras e sistemas infra-vermelho capazes de detectar onde estão os focos das queimadas. Esse tipo de tecnologia pode ajudar a tornar mais eficiente o trabalho dos brigadistas que combatem os incêndios florestais.

De acordo com a Stella Tecnologia, empresa sediada no Rio de Janeiro (RJ), o produto nacional também se destaca pelo custo. Enquanto os dois Hermes 450, fabricados e Israel, saíram por volta de 25 milhões de dólares, dois Atobás e uma estação de solo poderiam ser comprados por 8 milhões de dólares. O custo é também um fração do que o Ministério da Defesa quer gastar com imagens de satélite.

À primeira vista, a aeronave é simples: um motor à gasolina de 700 cilindradas gera uma potência de 60 cavalos capaz de levar os 500 kg do Atobá a até 150 km/h. O desafio, contudo, foi criar a tecnologia para controle à distância. Sim: não se trata de um robô, e sim de um sistema controlado por mãos humanas a partir do solo – equipes podem se revezar para acompanhar um único voo de 28 horas, o que envolve controlar pousos e decolagens, além de voar conforme as regras do controle do espaço aéreo.

Com o apoio da UFRJ e da Universidade Estácio de Sá, o desenvolvimento durou cinco anos e custou 11,5 milhões de dólares. A expectativa da empresa agora é chamar a atenção do governo, que pode utilizar o Atobá para outras missões além da defesa ambiental. Operações de vigilância, inteligência e até patrulha marítima não estão descartadas. E uma das principais vantagens é, exatamente, o pequeno porte do drone brasileiro: a 5 mil metros de altura, ele pode enxergar tudo no solo, mas não é visto.

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