O Gripen de nova geração já foi escolhido pela Força Aérea da Suíça como seu futuro caça. Porém, em 2014, 52% da população desaprovou o financiamento dos 22 aviões que seriam fabricados pela Saab. Agora que o país retornou os planos para adquirir novas aeronaves de combate, a empresa sueca vê uma nova concorrência para 40 unidades se delinear em prol do Lockheed F-35 Lightning II.
No início de junho, quatro caças F-35A da Força Aérea dos Estados Unidos estiveram em testes na Base Aérea de Payerne, na Suíça. Foram realizadas oito missões, envolvendo testes de vários sistemas, incluindo o radar AESA. Porém, sem a disponibilidade de jatos para dois pilotos, nenhum aviador suíço teve a oportunidade de voar o F-35.
O Boeing F-18 Super Hornet, o Eurofighter Typhoon e o Dassault Rafale também passaram por avaliação. Os dois últimos já foram derrotados pela proposta sueca no início da década, enquanto o primeiro não é o principal foco de exportação dos Estados Unidos: hoje o país trabalha para vender o F-35. A decisão da Alemanha de não querer o F-35, por exemplo, foi apontada como erro, mesmo mantendo o F-18 na concorrência. O F-35 também incorpora novas tecnologias, sendo o único que não chegou a ser avaliado na análise anterior.
Quanto ao Gripen, a Saab primeira dizia que o caça já havia sido selecionado anteriormente, e defendia que a nova concorrência não deveria ocorrer, e sim uma autorização para fechar o negócio inicialmente previsto. Depois, foi acertado que o Gripen passaria por testes mais uma vez no fim deste mês. Porém, no dia 13, a companhia divulgou uma nota em que dizia que as autoridades suíças haviam recomendado a participação somente de aeronaves já operacionais, o que não é o caso do novo Gripen, que ainda tem apenas protótipos em testes. Na concorrência anterior, quando sequer havia protótipos voando, isso não havia sido apontado como um problema.
Com dificuldades para manter seus 30 F-18C/D em voo, além de um punhado de jatos F-5, os suíços devem fazer ainda este ano a escolha do substituto. Porém, mais uma vez, a decisão passará por um referendo popular. Em 1993, o mesmo procedimento foi realizado para a aquisição dos F-18.
Na Suíça, diz-se que jogar para referendo é o recurso que o Parlamento tem quando não quer decidir. O F-35 é muito pior que o Gripen em praticamente todas as missões, exceto para os ataques cirúrgicos que não são o caso de uso suíço, e muito mais caro de operar. O mais provável é que o F-35 seja rejeitado, e ou eles comprem alguma outra aeronave, adiem novamente ou mudem as regras — que não fazem sentido, uma vez que o F-35 só está operacional com limites graves.
Quais limites graves ?