ARTE, CULTURA & LAZER AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

O adeus ao explorador, ambientalista e aviador que mostrou as riquezas do Brasil ao mundo

A aviação mundial, a luta pela defesa do meio ambiente e a promoção do humanismo se tornaram mais frágeis nesta quarta-feira (16). Isso porque perdemos Gérard Moss, o homem que utilizou aeronaves para conectar destinos e, principalmente, ideias. Aos 66 anos, nascido na Inglaterra, com nacionalidades suíça e brasileira, casado com a queniana Margi Moss, era um verdadeiro cidadão do mundo.

A aviação entrou na vida dele ainda criança, voando entre a casa dos pais, ele, na Inglaterra, ela, na Suíça. Talvez aí tenha aprendido que viagens envolvem mais que o uso de um meio de transporte. Aos 27 anos, já formado em engenharia, tirou seu brevê. Não era uma escolha profissional, e sim por aventura. Moss já havia morado de veleiro, viajado de moto, participado de corridas da Fórmula Ford e de ralis.

Seis anos após tirar o brevê, iniciaria sua primeira volta ao mundo! Não satisfeito, depois repetiu o feito, sendo a segunda em um motoplanador AMT-200S Ximango, da Aeromot. Foi a primeira circunavegação da história realizada com uma aeronave desse porte. Foi a chamada expedição “Asas do vento”.

À época, ele já era um brasileiro. No papel, no coração e nas metas. O ambientalismo, a defesa da diversidade e o espírito de explorador se uniam. Em 1997, a expedição “Extremo das Américas” foi do Chile ao Canadá, com registros de imagens imponentes. Em 2003, 2006 e 2007, seria a vez da “Brasil das Águas”. “Sete Rios” e “Rios Voadores”. Tendo se mudado para Brasília, conseguiu, com sutileza e valores, atuar para promover suas causas e recebeu patrocínios como da Petrobras.

Utilizou aeronaves Sertanejo (PT-RXE), Lake Renegade (PT-WAF e PT-LIM), Sea-Max (PT-JPV), o Ximango PT-ZAM e um Corisco (PT-NIQ). Quase todos ganharam apelidos: Romeo, Talaha-Mar, Julienta, Zam e Nick. Eram os fiéis companheiros do casal Gérard e Margi Moss, que deixaram como legado o site mundomoss.com.br

No Facebook, Margi deixou um relato do que Gérard significou para ela e para o mundo:

Uma vida muito bem vivida. O mundo aos seus pés foi bem visitado, o céu para ti era sempre infinito. A luta em favor do meio-ambiente foi árdua e contínua. Tive muito muito privilégio de compartilhar tudo isso contigo durante uns 40 anos. Você nos deixou prematuramente, após uma batalha travada com determinação e garra, como era padrão em tudo o que vc fez. Você deixou um buraco imenso que nunca vamos conseguir preencher. Seu lugar no meu coração é eterno. Segue em paz, meu amor, nas asas do vento.”

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