A decisão da Presidência da República de a atual viagem do mandatário brasileiro ao Japão e ao Vietnã ocorrer a bordo de um KC-30 pode ajudar nos futuros processos de modernização da Força Aérea Brasileira (FAB). O teste pode servir tanto para a aquisição de uma nova aeronave presidencial quanto a adequada adaptação do par de KC-30 para as missões previstas pela FAB. Vale ressaltar que aeronaves de uso presidencial são utilizadas por todos os governantes eleitos para a Presidência, independente da linha política.
Enquanto o Airbus A319ACJ designado VC-1, já em uso desde 2005, tem uma autonomia limitada a exigiria pelo menos duas escalas para chegar até extremo oriente, o par de Airbus A330 designados KC-30 na FAB tem alcance maior, podendo fazer a mesma viagem com apenas uma parada. Além disso, o VC-1 tem menor espaço para comitivas, o que muitas vezes acaba exigindo o envio de outras aeronaves de apoio. Para completar, a confiança no VC-1 foi abalada em setembro, quando enfrentou pane com o chefe de Estado a bordo.
A ideia é ter um Airbus A330 adaptado para a missão presidencial, o que representaria maior alcance, conforto e até economia – nos casos de transporte de comitivas mais numerosas. Mas onde haveria ganhos operacionais para a FAB, indo até a sua aviação de caça? A resposta está na modernização dessas plataformas.

Adquiridos em 2022, os dois A330, que eram utilizados pela companhia aérea Azul, receberam a designação KC-30, sendo o “C” relativo ao transporte e o “K” de reabastecimento em voo. O fato é que, apesar disso, o par de aeronaves nunca passou pela esperada modernização que os tornariam aptos a transferirem combustível em voo, ampliando o alcance da aviação de combate brasileira. Na prática, houve apenas a adaptação dos jatos civis com as cores e matrículas militares. Isso foi suficiente para torná-los fundamentais para missões como a repatriação de brasileiros do Oriente Médio, mas ainda fazem menos do que podem.
A estratégia da negociação da FAB é, ao propor adaptar um KC-30 como “VC-30”, isto é, para transporte VIP, incluir no pacote equipar as duas aeronaves com sistemas de reabastecimento em voo. O antigo “FAB 01” era um dos quatro Boeing 707 designados KC-137, sem sequer receber a alcunha de “VC-137”. O avião mantinha o interior VIP, porém, também estava equipado com os sistemas de reabastecimento em voo. Quando a presidência da República não requisitava missões de transporte, a aeronave ficava disponível para o setor operacional da FAB.

De fato, se um dos dois KC-30 receber um interior VIP, a disponibilidade para missões da FAB ficará compartilhada com a agenda presidencial, porém, por outro lado, ambos os jatos terão capacidades hoje inexistentes. Em um cenário mais positivo, porém, a negociação da FAB com a Presidência da República pode envolver não só a alteração nos dois KC-30, como também a aquisição de mais aeronaves, ampliando a frota. De todo modo, condicionar o mais pesado vetor logístico da FAB ao transporte presidencial é uma estratégia para garantir a operacionalidade da primeira missão em nome da segunda, algo que ocorria na época dos KC-137, mas que foi perdida com a adoção do VC-1, que voa apenas missões VIP, sem contribuir com as demais atividades da FAB.
Por fim, vale lembrar que a capacidade de reabastecimento em voo dos KC-390 também é elogiável, porém, os jatos levam menos combustível a bordo que os KC-30. No caso da ida de uma esquadrilha de caças para outro continente, por exemplo, seriam necessários múltiplos KC-390 para desempenhar uma missão que poderia ser cumprida por um único KC-30.
Bem que poderia cair com toda comitiva!
E você junto.
Relaxa,assim levam mais gente mesmo, já que adoram gastar dinheiro público, só que será que tem paraquedas pra todos….afinal …..
Seria ótimo!
Lamentável essa viagem com uma comitiva enorme, sendo esse talvez o motivo para usar um avião maior e custo operacional mais caro.