AVIAÇÃO COMERCIAL & PRIVADA

Ações da Boeing despencam 50% em um ano

Com duas tragédias em sete meses de operação, a Boeing vê ameaça ao mercado de 5 mil aeronaves já encomendadas

Se a expectativa da Boeing era ver seus jatos 737 Max de volta aos céus antes do fim desse ano, o cenário se mostrou muito pior: a empresa anunciou hoje a suspensão da produção da aeronave a partir de janeiro. Não há mais data nem para o retorno da linha de montagem muito menos para as autoridades internacionais de aviação liberarem o retorno das operações comerciais. O novo golpe na companhia significou mais uma queda nas ações da Boeing. A perda acumulada é de cerca de 50% em 12 meses.

Ainda que afastados dos ares, 42 jatos Boeing 737 Max saíam por mês da linha de montagem, o que já representou uma redução de 20% frente ao ritmo anterior, de 52 aeronaves mensais. Há 400 deles em estoque e outros 383 que já haviam sido entregues para companhias aéreas estão parados. As encomendas chegavam a quase 5 mil unidades, mas pelo menos 93 foram canceladas. A empresa norte-americana diz agora que a prioridade é concluir a revisão do projeto para liberar seus próprios pátios, lotados de aeronaves paradas. O plano inicial era atingir uma produção de 57 modelos 737 Max por mês em 2020.

O resultado é um fim de ano amargo para a Boeing. Só no terceiro trimestre do ano, o lucro caiu cerca de US$ 1 bilhão quando comparado com o ano passado. Curiosamente, houve um lucro de US$ 895 bilhão no período, puxado pela venda de sistemas e aeronaves militares. No geral, houve uma retração de 20% no valor das vendas, mas os números para a aviação comercial são duros: em um ano, um lucro operacional de US$ 2 bilhões se tornou um prejuízo de US$ 40 milhões. A queda só não foi maior por conta de outros modelos, como o 787 e o 777.

Para piorar o cenário, esses números ainda não refletem nem a denúncia recente de que a empresa e as autoridades norte-americanas sabiam dos riscos com o 737 Max, nem a suspensão da linha de montagem. O efeito imediato pode ser visto nas ações: somente hoje, com o anúncio da suspensão da linha, a queda nas ações da Boeing foi de 4,29%. Em um ano, as ações se desvalorizaram 50%: eram US$ 4,07 no terceiro trimestre de 2018 e fecharam hoje a US$ 2,05.

A linha de aeronaves 737 Max foi afastada de operações após dois acidentes com perda total.

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