A Embraer não irá acabar. Enquanto os modelos comerciais estão envolvidos na parceria com a Boeing, as linhas executiva e militar continuarão com o nome da empresa brasileira. E isso justifica a construção, em São José dos Campos (SP), de um novo centro global de engenharia e tecnologia que deve se destacar pelo projeto arquitetônico.
A unidade do bairro de Eugênio de Melo, em São José dos Campos (SP), passa por uma reforma para elevar de 1.500 para até 4 mil empregados trabalhando no local. Lá serão desenvolvidos os futuros projetos da companhia. Serão quatro novos prédios, que incluem um centro de treinamento, outro de atendimento ao cliente e duas unidades destinadas às áreas de tecnologia e corporativas.
A empresa Maia Arquitetura foi responsável por projetar as novas instalações, criadas para refletir o caráter inovador da Embraer. “A Embraer é uma empresa absolutamente contemporânea, focada na inovação e na criatividade, cujo trabalho é pesquisar e desenvolver novas tecnologias e produtos que visam melhorar a vida das pessoas”, lembra Ernani Maia, arquiteto líder do grupo de 25 profissionais que atuaram na criação do projeto.
“Procuramos atender às demandas da companhia envolvendo uma série de detalhes”, conta o arquiteto. “Havia, por parte dos profissionais da Embraer, a aspiração de termos um ambiente de trabalho mais aberto, horizontal, transparente. E foi o que fizemos”.
Nos dois edifícios administrativos, Maia desenhou espaços horizontais amplos onde irão trabalhar os profissionais da empresa, lado a lado. Ali perto haverá áreas mais informais, voltadas a pequenas reuniões, encontros rápidos, além de espaços para lazer ou trabalho, cujo estilo mais se aproxima ao de um café. Vários espaços se destacam pelo uso do grafite artístico, o que tornará o prédio contemporâneo e inovador.
O projeto tem o que se chama de “desenho universal”. Ou seja, foi pensado para garantir acessibilidade total, de acordo com o estabelecido pela Norma NBR 9050. O foco ambiental está presente desde os aspectos estruturais até o acabamento.
“Usamos ora concreto pré-moldado ora estruturas metálicas com acabamento com placas pré-moldadas, que reduzem substancialmente os resíduos e rejeitos da obra”, aponta o arquiteto. Outra vantagem da estrutura metálica é que ela pode ser desmontada e montada em outro lugar, além de representar sensível economia de recursos financeiros.
Maia conta que as questões ambientais orientaram também certas escolhas, como o piso drenante na enorme praça comum aos quatro edifícios, o reaproveitamento de água e as placas solares que abastecem de energia as lâmpadas dessa mesma praça.
O projeto procurou estimular a iluminação natural e limitar o uso de iluminação artificial, feita por lâmpadas LED, mais econômicas. A climatização foi outro foco de atenção. Adotou-se o sistema de climatização VRF (Fluxo de Gás Refrigerante Variável) que é um sistema de ar condicionado central bem mais econômico do que o convencional e menos demandante de água e de energia.
“É um orgulho para o nosso escritório ter participado desse projeto tão importante, que irá relançar a Embraer para o mundo e situá-la em novo patamar, tornando a empresa ainda mais relevante para seus acionistas, os seus profissionais, clientes e fornecedores”, sustenta o arquiteto Ernani Maia.