Há exatos 50 anos, em 30 de julho de 1970, um total de 40 aviões de caça foram mobilizados para participar de um combate aéreo próximo ao Canal de Suez. De um lado, 12 Mirage IIIC e quatro F-4E Phantom II da Força Aérea de Israel. Do outro, 24 MiG-21MF pilotados por militares soviéticos. Os israelenses levaram a melhor: abateram cinco aviões inimigos, tendo apenas um avião danificado.
O contexto foi a Guerra do Atrito, iniciada em 1967, quando Israel enfrentou o Egito, a Jordânia, a Organização pela Libertação da Palestina e a Síria. O apoio de cubanos e de soviéticos aos seus inimigos incomodava os israelenses. A inteligência israelense tinha certeza de que aviadores russos estavam a bordo dos MiG-21, mesmo que as aeronaves tivessem pinturas egípcias. E para isso montaram a Operação Rimon 20, focada em dar um recado muito claro para a União Soviética.
Israel fez uma escalação cuidadosa: somente aqueles mais experientes. Somados, os pilotos israelenses tinham um histórico de 67 kills. Nos Mirage, entre os selecionados estavam Asher Snir (11 kills até aquele dia), Iftach Spector (8 kills), Yehuda Koren (7), Kobi Richter (7), Amos Amir (5), Avraham Salmon (6), Israel Baharav (5) e Itamar Neuner (4).
Na tarde daquele dia 30 de julho, quatro Mirage III, cada um armado com um par de mísseis AIM-9 Sidewinder, ingressaram no espaço aéreo egípcio como isca. Voavam alto, a 35 mil pés, como em mais uma típica missão de reconhecimento, mas em uma formação cerrada, de forma a aparecerem como apenas dois invasores pouco interessados em combate. Enquanto isso, caças F-4E Phantom II, recebidos apenas um ano antes e à época o ápice da tecnologia Ocidental, destruíam a posição do radar mais próxima, uma missão usualmente realizada pelos A-4 Skyhawk. Outros quatro Mirage III completariam a surpresa, aproximando-se a baixa altura. Mais quatro ficariam de alerta na base avançada em Rephidim, atualmente chamada pelo seu novo nome egípcio: Bir Gifgafa Airfield.
A reação vinda do Egito foi lógica. Um total de oito MiG-21 foram vetorados para interceptar os que, se supunha ser, dois Mirage III em missão de reconhecimento a grande altitude. Outros quatro foram enviados para onde estavam os atacantes, erroneamente identificados como jatos subsônicos Skyhawks.
Quando os doze MiG-21 chegavam à área, os quatro Phantoms e os sete Mirage – um dos oito precisou abortar por falha no motor – mostraram sua real missão. Era um combate aéreo de 12 contra 11.
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O primeiro disparo foi de um MiG: um míssil AA-2 Atoll, guiado por calor, chegou a um F-4. Porém, por pura sorte israelense e falta de sorte soviética, a arma falhou. Logo em seguida, Avraham Salmon a bordo do seu Mirage III disparou um Sidewinder contra um MiG-21 que perseguia um F-4. Foi o primeiro kill da tarde. Em seguida, um segundo piloto de Mirage, Asher Snir, conseguiu abater mais um MiG-21, também com um míssil. Dois a zero. Porém, Snir foi atingido segundos depois por um AA-2 Atoll disparado pelo piloto Vladimir Ivlev. O míssil explodiu, destruindo boa parte da traseira do caça de Israel. Mesmo assim, o piloto conseguiu realizar o pouso em uma pista do lado amigo da linha de frente. Dois a um.
Outros doze MiG-21 foram acionados, quatro dos quais chegaram a entrar em combate. Já Israel mandou mais dois Mirage de Rephidim, mas um deles também teve pane e voltou para o pouso. Dois ficaram Mirage não tiveram tempo de participar e ficaram em alerta no solo.
No ar, Avraham Salmon, após conseguir uma vitória, lançaria um segundo Sidewinder para atingir mais um alvo, porém dessa vez errou. Insistente, perseguiu o MiG até acabar com a munição dos seus canhões. Iftach Spector, a bordo de outro Mirage que havia decolado de Rephidim, e por isso com mais combustível, completou o serviço, lançando seus dois mísseis e disparando com o canhão. Os dois pilotos dividiram o Kill, reconhecido apenas dois anos depois. Três a um.
Dois F-4 também tiveram sucesso, o primeiro com um Sidewinder e um segundo com um AIM-7 Sparrow. Cinco a um. Também houve falhas: além dos disparos de canhão perdidos, um F-4 disparou um míssil ar-ar fora do envelope, e outro, inadvertidamente, alijou seus mísseis junto com os tanques de combustível subalares logo no início dos combates.
Toda a ação durou menos de três minutos, com os Mirage e MiG-21 logo tomando rotas para voltar para suas bases por conta da falta de combustível. Dos 12 Mirage, dois abortaram e outros dois não chegaram a entrar em combate, permanecendo em stand by. Do lado egípicio, 16 MiG-21 efetivamente entraram na batalha. Outros oito poderiam participar do engajamento, e até mesmo perseguir os inimigos, mas a ordem foi voltar para base. Ao final, foi um combate 16×12, com ampla vitória israelense: cinco caças abatidos contra um danificado.
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Todavia, por dois anos achou-se que havia sido 4×1. O número foi publicamente revelado pela Primeira Ministra de Israel, Golda Meir, ao fim de 1970, durante debates diplomáticos a respeito da presença soviética no Egito. “Como eu sei que há pilotos russos no Egito? Muito simples. Porque nós abatemos quatro caças soviéticos pilotados por pilotos soviéticos”, disse à imprensa. O cessar fogo ocorreria em 7 de agosto. Foi o governo egípcio que confirmou a queda de mais um MiG-21. Fontes israelenses e ocidentais afirmam que houve certo regozijo da força aérea egípcia ao poder mostrar para os instrutores soviéticos, na prática, que eles também poderiam ser destruídos pelo inimigo.
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Dos envolvidos na missão, quem ainda teria uma longa biografia seria Iftach Spector. Veterano da Guerra dos Seis Dias, da Guerra do Atrito e da Guerra do Yom Kippur, seria também um dos pilotos de F-16A a atacarem o reator nuclear iraquiano em 1981, a chamada “Operação Ópera”. Ao longo da vida, o militar abateu 12 aeronaves inimigas, tendo voado no F-16, no F-4 Phantom II e no Mirage III, como no dia em que ajudou a abater um caçador soviético. Em 2003, já no posto de General, foi um dos 27 aviadores israelenses a assinarem uma carta criticando as missões sobre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Outro participante da Operação Rimon 20 foi Aviem Sella, que abateu um MiG-21 com seu F-4. Mais tarde, se tornaria o comandante da Operação Ópera. Nos anos 80, enquanto obtinha seu PhD na New York University, foi acusado pelas autoridades norte-americanas de articular um esquema de espionagem. Já em sua terra natal, foi julgado à pela justiça norte-americana, sendo condenado à prisão, que nunca cumpriu, uma vez que Israel se recusou a extraditar seu militar, mesmo sob ameaça de corte de ajuda.
Já o segundo piloto de F-4 a abater um MiG-21, Avihu Ben-Nun, se tornaria comandante da Força Aérea de Israel em 1987, cargo que ocuparia até 1992, sendo responsável por vários ataques a grupos terroristas no Líbano. Seu comando também foi marcado pelo recebimento de lotes adicionais de caças F-16, o que ocorreu após o país desistir do seu jato nacional, o Lavi.
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Notícia mentirosa e tendenciosa, Israel atacou covardemente e sem aviso mais de 200 aviões em solo.
Covarde??? Tá doido?? Povo guerreiro …um país minúsculo colocou de joelhos todas aquelas nações que vivem explodindo bombas terroristas…
Sacanagem de Israel mesmo !!!
Deviam ter avisado que atacariam, a hora e o lugar !!!
Só faltou o Gioria Epstein. O maior caçador da força aérea israelense.
Avisar o inimigo que vc vai atacar é a nova tática que vc inventou ?
Ué, se é “mentirosa e tendenciosa”, mostre-nos a notícia “verdadeira”! Engraçado, que o próprio Egito (Inimigo), não desmentiu. E ainda adicionou mais um pra Conta! Ou você é um dos Socialistas de iPhone que tem por aí, que acham que tem que defender a URSS em tudo? Amigo, a URSS já IMPLODIU! Acabou! Nunca mais terá outra! Sai dessa, cidadão!
A mão do criador está sobre Israel.
Dizem que nesse dia o pessoal em terra egípcio ao ouvir as notícias pelo rádio, começaram a caçoar dos soviéticos. Nasser teve que emitir um decreto proibindo as gozações com receio dos soviéticos deixarem de ajudá-los. Mas uma vez a Força Aérea de Israel mostrando sua eficiência mortal.
O artigo se esforça para demonstrar uma superioridade técnica inexistente. Na verdade, executou bem uma artimanha questionável, mesmo em uma guerra.
Quanto a alegação de que Israel é um pequeno país, “esquece-se” de mencionar que ele é apenas uma extensão judia dos EUA e, em certa medida, também da Europa, no Oriente Médio.
Apenas um Bando de assassinos cruéis que lambe botas de uma nação decadente. Vou viver para ver os Palestinos Livres !!!!!
Sou fã do povo de Israel. Tds, inclusive cidadãos comuns estão preparados pra agir em caso de necessidade e a IAF com certeza é uma das melhores do mundo com pilotos altamente treinados e capazes,sem falar do exército que muitas vezes,mesmo com números inferiores de efetivos pôs de joelhos todos os países árabes queria atacavam. E que dizer do MOSAD? Simplesmente espetacular!!! 👏🏻👏🏻👏🏻de pé pro povo judeu que mesmo com todo o peso das adversidades que o mundo colocou nas suas costas,sempre foram vencedores