“Lute pelo seu direito de escolher”. Com essa chamada, a Azul Linhas Aéreas lançou uma campanha contra o que classifica de “dupólio” da Gol e da Latam no Aeroporto de Congonhas. A Azul pede nas redes sociais para os clientes compartilharem a hashtag #vocemerecemaisazul.
De acordo com a Azul, hoje LATAM e Gol têm 236 e 234 slots no aeroporto de Congonhas, respectivamente. Juntas, têm 88% das autorizações de pouso e decolagem. Já a Azul tem apenas 26 (5%). Slot é a autorização para pousar ou decolar em um determinado horário de um aeroporto com grande tráfego aéreo, para isso sendo organizado pelas autoridades aeronáuticas.

Ontem, em São Paulo, a Azul decidiu não participar do leilão dos 41 slots deixados pela Avianca, o que representa 8% das autorização para operação no aeroporto. LATAM e Gol saíram vencedoras, ampliando ainda mais a presença em Congonhas. O leilão, contudo, poderá ser anulado pela justiça, que poderá determinar que a ANAC faça a distribuição dos slots.
Em seu comunicado público, a Azul defende que “os brasileiros veem pela primeira e talvez última vez em muitos anos, a possibilidade de disponibilização de quantidade significativa de espaços de voos em Congonhas, aeroporto mais relevante da malha aérea nacional”.

A empresa, a terceira do país no mercado doméstico brasileiro, argumenta que a concentração de empresas em Congonhas é preocupante, sobretudo por ser um dos aeroportos mais rentáveis do país. “Não é coincidência o fato de que a história recente da aviação no Brasil viu muitas das empresas de atuação nacional com pouco ou nenhum acesso a Congonhas cessarem operações”, diz a companhia em seu comunicado.
Para isso, faz uma comparação internacional. A Ponte Aérea RJ-SP, por exemplo, operada entre os aeroportos de Santos Dumont e Congonhas tem 39.747 voos anuais, estando, na prática, distribuídos basicamente entre duas empresas. No Japão, os 39.406 voos anuais entre Fukuoka e Tóquio são operados por quatro companhias. Na Coreia do Sul, os 79 mil voos anuais entre Jeju e Seul ocorrem sob as cores de sete empresas.

“A famosa ponte SP-Rio é a quarta rota mais frequente do mundo, e a que conta com menos operadores dentre os vinte maiores mercados domésticos e os dez maiores mercados internacionais do planeta. Isso é justo? É bom para o consumidor?”, questiona a Azul.
No dia 1º de maio, a Azul anunciou a sua saída da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR).