AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

14 países da OTAN iniciam treinamento de guerra nuclear 

Os B-52 são um dos principais vetores da OTAN para a dissuasão nuclear. Foto: Eugene Oliver

Sessenta aeronaves de 14 países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) participam até o próximo dia 30 do exercício Steadfast Noon, voltado para a simulação do emprego de armamento nuclear. Apesar de a aliança militar ressaltar ser um treinamento rotineiro, “sem relação com qualquer fato atual no mundo”, é difícil não o incluir no contexto das crescentes tensões contra a Rússia.  

Os voos devem envolver bombardeiros B-52, aviões de reabastecimento em voo e caças F-16, Rafale e Tornado. Também foi anunciada a participação de aeronaves de quinta geração, possivelmente F-35. A base principal do exercício é Kleine Brogel, na Bélgica. As missões vão se desenrolar tanto no espaço aéreo do país quanto sobre o Mar do Norte e Reino Unido. Não haverá lançamentos reais.  

Apesar de Estados Unidos, Reino Unido e França serem os únicos países da OTAN a produzirem armamento nuclear, há aproximadamente 150 bombas B-61 estocadas na Alemanha, Bélgica, Itália e Países Baixos, e essas nações podem empregá-las com seus próprios jatos. A Turquia também tem armamento nuclear no seu território, porém para uso exclusivo dos EUA. Outros países da aliança militar treinam o apoio às aeronaves envolvidas na missão de ataque nuclear. 

“Este exercício ajuda a garantir que a dissuasão nuclear da aliança permanece segura, protegida e efetiva”, afirma Oana Lungescu, porta-voz da OTAN. Em maio, um encontro em Madri selou o objetivo do uso de armas nucleares pela aliança militar. O texto aprovado diz que a meta principal é preservar a paz, prevenir coerção e deter agressões, e que enquanto existirem armamentos nucleares, a OTAN irá operá-los.  

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