Sem receber caças supersônicos efetivamente novos desde os anos 70, a Argentina vem colecionando uma série de anúncios frustrados sobre a compra de jatos. Em 2013, foi anunciada pela imprensa como “certa” a compra de 16 Mirage F-1 usados, da Espanha. Dois anos depois, a compra de 14 IAI Kfir teve até pedido orçamentário, e foi cancelada. Em 2018, o alvo eram doze Mirage 2000-5 do Catar, também de segunda mão. Em 2020, o novo cotado foi o sul-coreano FA-50 Golden Eagle, um negócio logo vetado pelo Reino Unido.
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Também não faltaram ofertas. Além de oferecer o MiG-29 e MiG-35, em 2014 a Rússia ofertou aos argentinos os jatos de ataque supersônico Su-24 Fencer. A medida mais pareceu uma provocação diplomática contra os ingleses, já que as aeronaves poderiam representar uma ameaça efetiva à soberania das ilhas Malvinas (Falklands). Nada avançou. Em 2021, a Argentina foi até citada no vídeo promocional do novo caça russo, o Checkmate.
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E os argentinos também estiveram perto de operar o F-16. Em 1995, o então presidente Carlos Menem privatizou a Fábrica Militar de Aviones (FMA), empresa fundada em 1927, em Córdoba. Quem comprou foi a norte-americana Lockheed Martin, empresa à frente do F-16 e dos cargueiros C-130 Hércules. Em 2009, porém, o governo de Cristina Kirchner reestatizou a companhia. E o sonho do F-16 ficou pelo caminho.
JF-17
Nesta semana, mais um quase. O Ministério da Defesa do país informou que, apesar de muitas notícias publicadas, não há ainda qualquer decisão para a compra de novos caças supersônicos.
Mas não era invenção dos jornalistas: a solicitação orçamentária para o próximo ano incluiu 664 milhões de dólares para a compra de jatos de combate. E o sino-paquistanês JF-17 Thunder Block III era nominado como o produto.
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Contudo, o próprio Ministério informou que o projeto ainda está em avaliação e que sequer há uma decisão sobre o modelo a ser adquirido. Há a possibilidade de ter sido uma espécie de medida para negociar publicamente o preço. Neste valor, seriam doze caças, além de peças extras e mudanças de infraestrutura em uma base aérea.
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Mas essa não foi a primeira. Em 2015, o Ministério da Defesa também chegou a fazer a solicitação, à época de 360 milhões de dólares, para a compra de 14 caças IAI Kfir Block 60. Porém o negócio logo foi cancelado tao logo Mauricio Macri assumiu a presidência.
Força aérea subsônica
O fato é que a Argentina não possui mais caças de combate supersônico desde 2015, quando aposentou os seus Mirage III, à época já com capacidade militar limitada e mais de 40 anos de uso sem nenhuma modernização significativa. Hoje, restam possivelmente cerca de meia dúzia de caças subsônicos A-4AR Fightinhawk, modernizados nos anos 90 e tecnologicamente inferiores, por exemplo, aos AF-1 (A-4 Skyhawk) da Marinha do Brasil. Há também jatos de treinamento IA 63 Pampa e aviões de treinamento AT-27 Tucano armados com metralhadoras.
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Em 9 de maio de 2019 foram recebidos cinco jatos de ataque Super Etendard Modernisé, já usados pela aviação naval da França. Apesar de serem aeronaves construídas entre 1978 e 1982, o processo de modernização elevou para um padrão tecnológico suficiente para operarem até 2016 com as cores francesas, incluindo missões reais nos Balcãs, no Afeganistão, na Líbia e contra o Estado Islâmico.
O foco principal deveria ser o ataque naval, porém os mísseis Magic II e os canhões de 30mm permitiriam realizar a defesa aérea: isso foi o suficiente para gerar disputas entre a Marinha e a Força Aérea da Argentina. A primeira deveria operar os jatos, mas a segunda também tinha interesse. Na prática, mais de dois anos depois de recebidos, nenhum dos Super Etendard Modernisé sequer entrou em serviço.
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Fica impossível, sem dinheiro e vontade política. Triste para os Hermano.
Calvário argentino…..