AVIAÇÃO MILITAR & DEFESA

Sem caças novos, Argentina quer recuperar seus A-4

A-4AR da Força Aérea Argentina. Foto: Chris Lofting

Após realizar inúmeras avaliações de caças, com destaque para o sino-paquistanês JF-17 Thunder e para o indiano Tejas, a Fuerza Aérea Argentina recebeu em dezembro um balde de água fria com a declaração do presidente Alberto Fernández de que aeronaves de combate não estão entre as prioridades nacionais neste momento. Agora, o foco é ampliar a disponibilidade da frota dos A-4 AR Fightinghawk: de acordo com o portal Infodefensa, há apenas sete unidades em condições de voo e o planejamento é chegar a dezoito.

O maior desafio para a Fuerza Aérea Argentina é que aproximadamente dez anos atrás, como havia planejamento para que os A-4 fossem desativos, houve a descontinuidade da linha de suprimentos. Para a retomada, é necessário haver novos contratos com empresas ainda capazes de apoiar a operação dos A-4.

Um dos desafios é o uso decrescente ao redor do mundo: as quase três mil unidades produzidas a partir dos anos 50 voaram com as cores de dez países, mas atualmente estão em serviço militar apenas seis aeronaves da Marinha do Brasil e os jatos em serviço na Argentina. Pouco mais de 20 outros voam a serviço de empresas.

Foto: Jorge Alberto Leonardi

A Argentina começou a operar o A-4 em 1965, tendo recebido 50 A-4 B, 25 A-4 C e 16 A-4 Q, estes últimos para operações embarcadas no porta-aviões ARA Veinticinco de Mayo. Vinte e duas unidades foram perdidas na Guerra das Malvinas, entre força aérea e marinha.

Neste mês, a Argentina completou 25 anos do início da operação dos A-4 AR Fightinghawk. O projeto teve início em 1994, após mais uma tentativa frustrada de aquisição de jatos F-16. Foi então proposta uma versão modernizada do A-4 com radar multifuncional. O nome Fightninghawk vem da fusão das denominações do A-4 e do F-16: Skyhawk e Fighting Falcon.

Os primeiros aviões foram recebidos em 1997, há 25 anos. Nove foram modernizados pela Lockheed Martin nos Estados Unidos e os demais na unidade que a empresa possuía em Córdoba. Ao todo, foram quatro OA-4 AR, biplaces, e 32 A-4 AR monoplaces. Das sete aeronaves atualmente em condições de voo, uma é biplace.

Sem a aquisição de novos caças, o plano é contar com 18 A-4 AR em condições de voo, número que pode baixar para 12 quando houver a companhia de um modelo mais novo para operação. Desde a aposentadoria dos Mirage, em 2015, os A-4 são os únicos jatos de alto desempenho em serviço na Argentina, ainda assim mantendo características subsônicas.

Aquisições

Em paralelo, a Argentina tem recebido novas aeronaves. Em dezembro, a Fábrica Argentina de Aviones (FAdeA) entregou o quinto C-130 H modernizado. O projeto deu mais 20 anos de serviço para a frota e aprimorou diversas áreas, como sistemas de comunicação e de navegação. Outra consequência é que dificilmente o país vizinho se tornará operador do KC-390, mesmo tendo participado do desenvolvimento.

O governo argentino também assinou a compra de seis helicópteros novos Bell 407 GXi para substituir os SA 315 B Lama em serviço nas regiões montanhosas na fronteira com o Chile. A metade das unidades será operada pelo exército e a outra metade pela força aérea.

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